Procura

domingo, 31 de julho de 2011

Sindy - British Pedigree Doll

E quem não conhece a Sindy? Aquela adorável boneca que tinha o corpo um tanto desproporcional, mas ajudava as pequenas princesas a sonharem com uma vida adulta muito antes de realmente conseguirem colocar a mesma em prática!
 Pois bem,  a boneca é inglesa e existe desde 1963 e foi criada pela Pedigree Dolls and Toys
Em 1977, a Sindy começou a ser produzida com uma maquiagem mais acentuada e isto foi capaz de fazer seu mercado expandir até a América do Norte, pois as garotas americanas não tinham um modelo tão parecido com a mulher na maturidade até então. 
Em 1979 a boneca conseguiu remexer ainda mais o imaginário das menininhas e adolescentes com o lançamento do modelo sleepin' doll, um revolucionário type que trazia um tom um tanto quanto realístico pra vida desses seres do sexo feminino, pois vinha com pálpebras móveis. Agora a moça podia sonhar enquanto tinha certeza que seu duplo, seu alter ego ou id, dependendo da mente da criança, também fazia o mesmo. 

 Era quase uma sincronia psicológica, uma tranquilidade de saber que nenhuma parte de você estaria em outro mundo brincando de casinha (no caso, seu eu-boneca) enquanto você com seus desejos de mocinha se aventurava pelo mundo dos sonhos.
A Sindy por muito tempo foi a heroína das jovens moças desse incrível Mondo Teeno, e continuou nessa posição até o fortalecimento da Estrela, que a partir dos anos 90 conquistou as meninas com Barbie, a usurpadora.

quarta-feira, 27 de julho de 2011

Ovelhas Negras - Caio Fernando Abreu


"Remexendo, e com alergia ao pó, de dezenas em pastas em frangalhos, nunca tive tão clara certeza de que criar é literalmente arrancar com esforço bruto algo informe do Kaos. Confesso que ambos me seduzem, o Kaos e o in ou disforme. Afinal, como Rita Lee, sempre dediquei um carinho todo especial pelas mais negras das ovelhas".


Assim Caio termina a introdução de seu livro "Ovelhas Negras", compilado em 1995, com contos que vão desde 1962 até 1995, um ano antes da morte do escritor.
Segundo Caio, o livro é uma espécie de "(...) autobiografia ficcional, uma seleta de textos que acabaram ficando de fora de livros individuais. Alguns, proibidos pela censura militarista; outros, por mim mesmo, que os condenei por obscenos, cruéis, jovens, herméticos, etc. Eram e são textos marginais, bastardos, deserdados. Ervas daninhas, talvez(...)".
Caio Fernando Abreu é, sem dúvida, um dos escritores mais contundentes e apaixonantes da sua geração. Seus contos são poesia cotidiana, recheada do fel que é sorvido pela ironia humana. Os contos de Caio são pequenos pedaços de uma colcha de retalhos. Juntos têm uma força inimaginável. Os deste livro em especial são viscerais. Um verdadeiro tiro no peito. Daqueles que te fazem morrer bem devagarinho, lembrando de todos os momentos em que você queria ter vivido, mas se escondeu em sua máscara de cordeirinho.


"Parece incrível se estar vivo quando não se acredita em mais nada".O sentimento de perda nos livros desse autor sempre são profundos e doidamente presentes, e em "Ovelhas Negras" eles ganham um reforço especial. São esboços, de pensamentos talvez vãos, sujos pelas impurezas do não-branco das cidades.
Esses textos tiveram que ser deixados na gaveta de Caio por alguns bons anos, para que ficassem protegidos do lobo mau da crítica e incompreensão daqueles que não se bastam com um sorriso ao pôr-do-sol. Embora seja deveras significativo, Caio ainda é desconhecido pela maioria. Apenas alguns relegados estão acostumados com suas palavras de aço e pluma.
Os textos de "Ovelhas Negras" são o contrasenso, o marginalismo, o nonsense da literatura de Caio.
Esses dias em uma conversa sobre literatura, uma amiga disse que os escritores de que mais gostava eram aqueles que escreveram o que ela desejaria, com suas mais intrínsecas forças, ter escrito. E ambas concordamos que Caio é assim.
Todas as suas palavras ferem nossa alma, lembrando-nos que todos os dias são cinzentos se não olharmos pelo caleidoscópio da ilusão de ser.Vivo, lúcido, inconseqüente, imoral...humano.
Leia, e depois prepare-se para nunca mais deixar de lembrar dele em seus grandes e pequenos momentos.
Onde as negras ovelhas não são as renegadas, mas as bem-vindas.


Patricia Pirota, vulga Minina Má.

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Monty Phyton - Holy Grail


Nada é mais interessante num anoitecer de segunda-feira de Julho, que dar umas boas gargalhadas à vista da película monty phytiana. O grupo de comédia britânico gravou este filme no ano de 1975, o mesmo ano e país do musical Tommy, de Ken Russell. Mas o que estes dois filmes tem em comum? Apenas algum bocado de levada surrealista. Porém, esta película inglesa (produzida num momento em que um dos rapazes do elenco, o talentoso Chapman, que faz o papel do rei-artur, enfrentava sérios problemas ligados ao alcoolismo), ultrapassa e muito todos os níveis de sanidade que uma comédia pode ter. Ou, todos os níveis de sanidade que um musical inglês do nível do citado acima deveria ter. 

Tudo bem, este filme é inglês, e esta nacionalidade costuma produzir comediantes extremamente preocupados em encontrar deixas absurdas nos eventos mais comuns do dia-a-dia, entretanto, os amigos desta equipe não apenas o fazem, como também, misturam eventos históricos no meio disso tudo.

Assistam e sejam felizes com a parafernália ciberdélica medieval dos adoráveis e conturbados habitantes da Grã-bretanha.

terça-feira, 19 de julho de 2011

1974 - Deep Purple - Stormbringer

Este é sem dúvida o álbum de maior destaque desta banda. É o nono, em ordem de produção, e representa o momento em que o baixista Glenn Hughes começou a marcar mais sua influência na obra dos mesmos. O Deep Purple, como a lenda do hard rock que sempre representou, neste álbum, de 1974, deixa um pouco as barreiras de seu estilo pra se atrair pelas levadas do funky norte americano. O baixista tinha uma paixão declarada pela Motown e a Stax, grandes gravadoras de soul, e Stevie Wonder certamente estava entre suas principais influências. Desta feita, podemos dizer que em cada faixa do álbum é de se notar uma malemolência fenomenal que acabou certamente chocando os fãs mais conservadores mas que, sem dúvida alguma, enriqueceu de maneira bela, o repertório deste quinteto inglês. Em 2008 o álbum foi remasterizado e lançado com os teclados que haviam sido cortados da versão primeira.
É por essas e outras que dizem ser este o álbum negro da banda. As nuvens escuras do cavalo que trouxe a tempestade nada mais são que as referências da banda na cultura negra. A bien!

sexta-feira, 15 de julho de 2011

1973, As Cilibrinas do Éden



Em 1973, Lucia Turnbull e Rita Lee se juntam e montam este valoroso álbum sob o título de Cilibrinas do Éden. O álbum é um encanto e traz uma guinada de cordas acústicas num momento em que os jovens antenados do país já começavam a mergulhar na musicalidade do progressivo. Neste sentido, há quem diga que ele é uma exceção. Em sua primeira apresentação, no festival da Phonogram, Rita Lee vestia uma imensa cartola preta com uma pena, e Lucia portava duas asinhas de anjo. Bela fantasia de duas mulheres mega talentosas. Há quem diga que este projeto não chegou a ser considerado banda pelos integrantes, servindo apenas como trampolim para a famigerada Tutti Frutti. Objeções a parte, vamos relembrar o amor juvenil na doce voz destas cantoras. 



Paixão da Minha Vida Atribulada
Olhe o meu sorriso
Beije em minha boca
Cante minha música
Use minha roupa
Se você se fecha
Isso só complica
Justamente agora
Que eu estou apaixonada
E preciso tanto
Conhecer você melhor
Te namorar, te namorar, te namorar
Ah!
Te namorar, te namorar, te namorar
Sinto você
Nesse meu violão
Toco sua música
Com minha mão
Me apaixonei por você e por mim!

quinta-feira, 14 de julho de 2011

História do Rock Brasileiro na Tv Cultura



A Tv Cultura está a exibir nestes dias por volta da meia noite um documentário gravado há algum tempo sobre a história do rock no Brasil. Não percam. Nas vozes de figuras carimbadas, de Pepeu Gomes a Arnaldo Baptista, traçando as influências musicais das principais bandas deste cenário nas diferentes décadas. O documentário conta com trechos de shows ao vivo, imagens do acervo dos artistas, de flyers e cartazes a fotos, até referências de casas de encontro, o papel individual de cada grande nome na história do rock no país e histórias engraçadas da memória de cada um. No episódio de hoje, a Jovem Guarda, Renato e seus blue caps, Mutantes, Made in Brazil, Vimana e diversas outras bandas falam do progressivo, do som de auditório, do de garagem, e do rock'n'roll clássico. Tentem acompanhar! Nos dias 21 e 28 de julho, a emissora mostra as outras duas partes do documentário.

domingo, 3 de julho de 2011

Casa das Máquinas - Casa do Rock

Este fabuloso álbum desta graciosa banda é do ano de 1976. É o terceiro álbum em sua discografia e conta com a presença de Simbas, um engenhoso cantor do rock'n'roll setentista no Brasil, cuja história é ligada a bandas como a pomposa Tutti-frutti. Sobre este cantor, alguns dizem que sua presença era andrógena e outros afirmam que ele tinha um tom meio rude no palco, mas isto pouco importa, pois sua voz era cativante e bastante atualizada com as tendências dos vocalistas de além mares daquela década. A Casa das Máquinas passou por diversas formações e a mudança da linha sonora de seus álbuns reflete, em partes, a evolução do rock'n'roll no mundo, indo do progressivo ao hard rock. Em 1978 lançaram seu último álbum, para voltar aos palcos em 2007, em festivais como o Psicodália, que acontece no eixo-sul e promove e provoca desde 2001 a profissionalização de bandas e a consciência crítica musical dos ouvintes.

É muito feliz ver que bandas pioneiras no arrojo e no estilo, como esta, conseguem resistir ao sopro do tempo para contar-nos um pouco de sua experiência com a música, com a sociedade, os palcos e ensinar algo de sua vivência com a música dos jovens. Hoje, dos integrantes de antigamente, a banda conta com Luiz Franco Thomaz, Mário Franco Thomaz e Mário Testoni. A letra desta canção que resgatamos para vocês é curiosa, pois, até onde pudemos mapear com nossos circuitos sinápticos, fala sobre razão, esquecimento, amor e existência.
Segue:
Fiz transações pra poder entender
O que é a razão ao meu ver
Sem saber em que bicho vai dar
Minha mania de ser
De querer a missão de cantar
Pra mim só importa gostar
De você e o melhor pra nós dois
É pensar em amar
Não olhar para trás
Pra não ver os pecados banais
Não há tempo pra esperar
Quem não pode mais nos alcançar
Só ficou para trás
Quem não canta e não sabe amar.